sexta-feira, 16 de maio de 2008

Jeff Scott Soto: "o Tempestt é minha banda de hard rock preferida!"


A primeira vez que eu ouvi falar do Jeff Scott Soto, ele estava perto de mim. Lembro bem que era dia 4 de novembro de 2005 (sou meio psicopata em decorar datas), e eu estava no Manifesto Bar, em São Paulo, onde assistia a um show da MindFlow acompanhada de um ex-namorado (que não estava no palco, ok). No intervalo de uma música, o Danilo (vocalista) vira e fala: "Quero deixar registrada a presença de alguém muito importante aqui nesse bar: Jeff Scott Soto!".

Eu viro e pergunto: "WHO THE FUCK IS JEFF SCOTT SOTO?"

Meu então namorado vira pra mim e diz: "É o cara que dublou o Mark Whalberg em 'Rock Star'!". Ah sim... "Rock Star" era um filme que eu e meu pai havíamos visto repetidas vezes na HBO em tardes de domingo ociosas... mas toda vez que passava, corríamos para assistir de novo.
Jeff Scott Soto dá um tchauzinho singelo de seu camarote e não desce para dar uma canja ao lado dos meus (agora) estimados amigos da MindFlow.
Três anos depois, eu me vejo na iminência de mais um encontro com o americano, desta vez, mais palpável. Soto desta vez vem à minha terra protagonizar ao lado do Tempestt duas noites de hard rock no evento denominado "Cover Night", que acontece dias 21 e 22 no Porão do Alemão. Serão dois tributos, na verdade: dia 21 (quarta) o Tempestt primeiro apresenta algumas músicas próprias e em seguida se firma como banda de apoio para que Soto comande o tributo ao Queen. No dia seguinte (22, quinta), o Tempestt faz tributo ao Journey (haja amor, o vocalista tem até tatuado "Don't Stop Believin'" no braço...) e novamente Soto manda ver na homenagem ao Queen.

Para quem não conhece, Tempestt é uma banda de hard rock paulista. Na-na-ni-na-não, não me venha com preconceitos: nada lembra Whitesnake, Bon Jovi, Kingdom Come. Para mim não seria ruim se assim fosse, pois admiro todos estes artistas que citei, mas sei que tem gente que ojeriza o som chiclete romântico levado por eles. O fato é que Tempestt é mais pesado, com claras influências de metal progressivo. E fazendo a felicidade geral da nação, os riffs ficam fácil na cabeça, assim como os refrões.

O CD "Bring 'Em On", cujas faixas serão apresentadas ao público amazonense na quarta, é TODO ótimo. Juro: acho que no máximo uma música pode ser considerada meio enjoativa, mas a maioria absoluta é fantástica. "Faked By Time", "Bring 'Em On", "A Life's Alibi", "Insanity Desire" (na qual Soto divide os vocais com B.J), "Too High", "Fallen Moon", caraca, são todas ótimas.

Dessa dobradinha vai sair hard rock de qualidade facilmente. Para encurtar essa conversa que já tá longa demais, Jeff Scott Soto respondeu algumas perguntas minhas por e-mail e usei o que pude no jornal, mas como o leitor deste blog deve ter percebido, tudo quanto é sobra vem para cá. Com vocês, Jeff Scott Soto em entrevista exclusiva.

1) Como você veio a conhecer o trabalho do Tempestt?

Conheço os caras desde a minha primeira visita a São Paulo, em 2002, quando fui para lá fazer dois shows. Me perguntaram se eu poderia usar uma banda local para me acompanhar e fiquei um pouco preocupado, pois meu som não é para músicos medianos. Depois de ouvir dois mp3 do Tempestt, me convenci que eles tocariam meu material com facilidade. Foi uma surpresa mais prazerosa ainda eu ter chegado em São Paulo para os ensaios e ter descoberto que eles haviam aprendido tudo com perfeição! Desde então, tenho convidado o Tempestt para ser minha banda de apoio para todos os shows que voltei para fazer em São Paulo. Eles são meus irmãos e eu os acho ótimos!

2) Como se firmou essa parceria?

Não se trata bem de uma parceria, é mais uma confiança que tenho neles e que eu quero que o resto do mundo conheça o quanto antes. Nestes dias, é muito difícil achar público para bandas novas, então eu tento usar minha própria base de fãs e influências para ajudá-los a serem reconhecidos.

3) Com o Tempestt você tem protagonizado tributos ao Queen. Como músico, fale da sua relação com a banda de Freddie Mercury.

Freddie e o Queen representam uma influência enorme na minha vida musical tanto pelas suas gravações quanto pela presença de palco. Queen me deu uma inspiração maior que a vida e que formou o artista que eu sou, a presença de palco do Freddie é algo que maioria dos cantores tenta imitar com perfeição. A maestria de segurar um público de 60 mil pessoas na palma da mão era simplesmente incrível! Me orgulho de conhhecer os caras do Queen, assim como de tocar suas músicas sempre que tenho a oportunidade!

4) Como foi a escolha do repertório: você deu prioridade a suas músicas favoritas ou às que mais fizeram sucesso entre os fãs?

Claro que foi um pouco dos dois. Me dei conta de que nem todos os fãs que vão a estes shows conhecem músicas que não foram hits, então eu tento prover uma boa mistura especialmente porque tocar apenas os hits, a maioria das bandas covers faz isso. Não quero me assemelhar a uma banda cover, quero que as pessoas não só se divirtam com também apreciem as muitas cores da carreira do Queen.

5) Ainda que os tributos sejam uma parte vital dessa turnê, o que você tem a dizer do trabalho autoral do Tempestt?

Eles são minha banda de hard rock preferida no momento. Pra falar a verdade eu não ouço hard rock novo, mas o Tempestt é tão bom que os caras são uma exceção no meio do que eu gosto de ouvir por conta das músicas, performances e talentos individuais - que são enormes dentro da banda.

6) Nos shows, você divide os vocais com o B.J (vocalista do Tempestt)?

Ainda não sei até que ensaiemos antes do primeiro show. Ainda não arquitetei um dueto, mas talvez role em "Under Pressure"!

7) Você teve contato com outras bandas brasileiras depois de ter conhecido o Tempestt? Se sim, quais?

Pra falar a verdade não. Conheci muitos músicos depois que comecei a ir ao Brasil, mas não fiz nenhuma jam com eles ou conheci um número grande de bandas.

8) Você acha que o hard rock, um ritmo que muita gente acredita ter ficado perdido nos anos 80, pode ser reinventado nos dias atuais?

Vai sempre estar vivo, para sempre. Apenas em níveis diferentes de popularidade, mas você pode atestar isso pelos números nos shows de rock, porque as pessoas vão aos shows. O rádio e a MTV tiveram uma grande influência durante os anos 80, o que fez com que as pessoas pensaram que, depois destes terem abandonado este ritmo, ele havia acabado. Isso não é verdade de forma alguma! Agora só demora um pouco mais para que chegue até as pessoas e seja ouvido, mas o gênero está bem vivo e bombando! (é a tradução mais literal para "very much alive and kicking! hehehe)

9) Para terminar, o que o pessoal do Amazonas pode esperar da sua visita com o Tempestt?

Não tenho idéia do que esperar, nunca fui aí antes então é sempre meio assustador tocar em um lugar totalmente novo porque você fica se perguntando se haverá público ou fãs. Mas para aqueles que aparecerem, estou ansioso para tocar para vocês, nós vamos nos divertir bastante! Nos vemos em breve, JSS.

...


Até semana que vem, Jeff!

Jeff Scott Soto & Tempestt
Onde: Porão do Alemão
Quando: 21 e 22 de maio, 22h
Quanto: Para o dia 21, que é só pista: 30 conto (inteira) e 15 conto (meia). Para o dia 22, que é só mesa: 70 conto.
Vendas: Japurá Pneus, Amazon Bowling (Studio 5 e Adrianópolis) e Porão do Alemão
Info: 8151-0201 / 3642-1313


"CARE BOUT NO ONE ELSE BUT YOUUUUUUUUUUUUU..."
(Too High, Tempestt)

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