quarta-feira, 30 de abril de 2008

Ela vai fazer Manaus cair no samba

Em turnê pelo seu terceiro álbum, “Samba Meu”, Maria Rita se apresenta nesta sexta-feira em Manaus, no Studio 5 Centro de Convenções. Em uma fase mais alegre e com uma forma física de dar inveja, adquirida, segundo ela, por meio de muito “levantamento de filho”, esse novo trabalho da artista exalta o melhor do samba de raiz, um dos gêneros que traduzem a essência da Música Popular Brasileira.

No repertório, canções como “Tá Perdoado” (Franco/Arlindo Cruz), trilha da novela “Duas Caras”; “O Homem Falou” (Gonzaguinha); “Num Corpo Só” (Arlindo Cruz,Picolé); “Maria do Socorro”(Edu Krieger); “Corpitcho” (Ronaldo Barcellos,Picolé) entre outras, todas do último álbum, que por si já empolga do começo ao fim. Além dessas, não vão faltar músicas conhecidas dos álbuns anteriores como, “Cara Valente” (Marcelo Camelo), “A Festa” (Milton Nascimento), “Encontros e Despedidas” (Milton Nascimento/Fernando Brant) e “Caminho das Águas” (Rodrigo Maranhão).

A turnê de Samba Meu já foi assistida por mais de vinte e cinco mil pessoas, nas cidades de Porto Alegre, Rio de Janeiro, Brasília, São Paulo, Belo Horizonte e Florianópolis. A direção geral do show é assinada pela própria artista, com co-direção de Hugo Prata, cenografia de Zé Carratu e design de luz de Marcos Olívio.

Acompanham Maria Rita os músicos: Jota Moraes (piano), Sylvinho Mazzucca (baixo acústico), Tuca Alves (violão), Camilo Mariano (bateria), Márcio Almeida (cavaquinho), Neni Brown e Miudinho (ambos na percussão).

Ingressos e outras informações: 3303-0100.

terça-feira, 29 de abril de 2008

Indie, rótulo e farsa

De tempos em tempos o mundo do rock é tocado por algum movimento cultural, onde os principais disseminadores do “novo estilo” são os fãs. Nos anos sessenta, o visual comportado, do corte de cabelo em formato de cuia e os terninhos e gravatas marcaram a época em que bandas como Beatles, Beach Boys e Rolling Stones eram febre entre os jovens.

Nos anos setenta, a onda hippie tomou conta do ar e o estilo “Paz e Amor” era celebrado por jovens com roupas largas e coloridas que ouviam Jimi Hendrix, Janis Joplin e The Doors. Em seguida, o punk rock saiu dos subúrbios ingleses para o mundo, com visual rebelde e obscuro, tudo em prol ao anarquismo, em letras de protesto como do Sex Pistols, The Clash e U.K. Subs.

E até o momento, o último grande movimento cultural dentro da música, o grunge, balançou o mundo trazendo os cabelos ensebados, a aparência melancólica e as camisas de flanelas que compunham bandas como Nirvana, Pearl Jam e Alice in Chains.

No início do século 21, uma nova roupagem começou a se forma no cenário do rock mundial. Bandas como The Strokes, The Hives, The Vines e Yeah Yeah Yeahs deram origem ao então “Indie Rock”, mais novo estilo musical celebrado entre a juventude globalizada e cibernética. Opa! Espero um pouco, o Indie Rock já não existia?

A denominação desse estilo ou movimento já atravessa anos, e nesse novo século voltou a dar o ar da sua graça no cenário musical COMERCIAL!!! É isso mesmo, COMERCIAL!!! Nem dá para acreditar, mas o verdadeiro Indie Rock que todos deveriam conhecer é designado para bandas independentes do cenário de rock underground, que fazem um som para fãs que buscam novidades e algo diferente no meio de tanto lixo mainstream, rádios e MTV.

Porém as tais bandas “Indie”, hoje, estão totalmente ligadas ao cenário comercial. Depois das bandas citadas acima, novas e iguais começaram a aflorar e “fortalecer esse movimento”. Exemplo disso são os Arctic Monkeys, Interpol, Modest Mouse, Franz Ferdinand, Bloc Party e Arcade Fire.

Em Manaus, o movimento passou a ser um estilo visual, onde o importante e se vestir como tal, ouvir algumas dessas bandas citadas, participar de comunidades e site de relacionamentos da internet e pagar de COOL entre os jovens da cidade. O fato é que as verdadeiras bandas de rock alternativo foram esquecidas e seus ideais quebrados pelos novos fãs.

Sonic Youth, Pixies, Jesus and Mary Chain, Dinosaur Jr., Lemonheads, Hasker Du, Violent Femmes, e muitas outras que surgiram entre os anos 80 e 90, foram totalmente banidas do movimento. Pioneiras em tudo, que levaram ao mundo seu som sem precisar de grandes produções ou grandes gravadoras.

Hoje “os Indie” estão mais para ex-emos, pois preferem se preocupar em postar suas fotos no fotologs e esperar em casa, sentados, enquanto ficam no MSN ou GTalk, com a televisão ligada na MTV esperando a próxima banda sessão do canal.

Essa discussão não tem como finalidade apontar o certo ou errado, ou proibindo alguém de fazer algo que goste. O problema é criar um status por meio da arte, pois esse papel não cabe ao público ou ao músico, e sim à indústria fonográfica, que molda o cérebro do “povo” por meio da indústria Cultural. Essa manipulação é evidente. Isso ocorreu com bandas punks dos anos 70 e no movimento “grunge”, onde empresários criavam bandas em busca do novo sucesso.

Enquanto a internet dá a oportunidade de escolhermos o que realmente queremos assistir, ainda ficamos a espera que alguém aponte o dedo e nos mostre o que é melhor de se ouvir. As bandas hypes, que foram citadas a cima, têm lá o seu valor, porém não dá para, nos tempos de hoje, ver bandas de jovens talentos copiarem de forma descarada e criarem um “estilo” de toda essa situação.

O termo “Indie Rock” é uma forma de transformar o alternativo em moda, e os fãs de rock alternativo, que deveriam ser contra a essa manipulação estão totalmente entregues, sem questionar ou indagar se o que estão ouvindo é realmente algo que foi inspirado nos moldes do rock n’ roll underground. Só para você ter uma idéia, tem neguinho que paga de underground e alternativo, mas sai em coluna social de jornal, que coisa não??!! Fazer o quê?

Realmente os tempos mudaram, deve ser mesmo a tal da globalização, ou então para ser bem profético, o “fim dos tempos”. Pelo menos, sempre existe uma “alternativa”. Quem é ruim ou profundamente hermético tem a chance de poder virar alternativo, indie ou emo.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Ça Irá - Um pouco mais do mesmo

Odeio ser crítica por ser. Aliás, ainda tenho um pouco na minha cabeça que todo crítico é mesmo um artista frustrado. Mas diante de tanto burburinho por conta da passagem de Roger Waters travestido de compositor de ópera por Manaus, e dos inflamados posts dos colegas, não tive como não deixar de colocar minhas impressões sobre Ça Irá e esse XII Festival Amazonas de Ópera.

Realmente tenho orgulho de morar em uma cidade que abriga um evento como esse. Conheço até algumas pessoas mais ignorantes e preconceituosas que dizem que Manaus não deveria abrigar um Festival de Ópera, pois não combina com essa cidade - pura visão esteriotipada. Gosto muito de ópera e criei essa cultura ainda na infância, vendo os desenhos do Mickey e Donald; isso consolidou-se mais tarde, na pré-adolescência, quando minha mãe levou-me à minha primeira ópera. Ainda lembro até hoje, era La Boème, acho que no II FAO. Resumindo, acredito que um festival como esse ajuda sim a criar uma cultura de música clássica na cidade.

Agora voltemos a Ça Irá e à minha não-predileção por especificamente esta obra de Waters. Mas antes de tudo, não posso deixar de falar de como foi difícil para mim ter acesso à segunda récita do espetáculo no TA. Tudo começou na redação de A Crítica, quando a assessoria de imprensa do evento enviou um e-mail à nossa editora pedindo para cadastrar as pessoas da equipe nos espetáculos. Eu prontamente me cadastrei para a segunda récita de Ça Irá, posto que as estréias são marcadas por muitos confetes e falação, que acabam por tirar o foco da coisa E lá fui eu, depois de um dia corrido de trabalho, fechando tudo às pressas para poder chegar no horário, junto com os colegas de labuta Jony Clay Borges, Thiago Hermido e Renata Paula, da TV Cultura.

Qual não foi minha surpresa quando o assessor de imprensa do Festival olhou para nós na porta do Teatro e nos disse que não havia lugar para a imprensa e que o credenciamento feito não era válido. “Foi um erro de uma das pessoas que trabalham para mim”, disse, sem cerimônias. E continuou: “Não vou deixar de vender ingressos para acomodar vocês”. A partir daí fui levada pela minha indignação à discutir com o assessor, que saiu e disse que ia ver o que poderia fazer por nós, como quem presta um favor. Nessa hora senti vergonha pelo Festival e dirigi-me a meu colegas, fazendo menção de ir embora. Porém eles não deixaram. Quando o tal assessor retornou, abriu o cordão da entrada e disse “Entrem e procurem algum lugar vazio. Vão ocupando as frisas, mas se o dono da frisa chegar vocês saem”. E assim aconteceu por duas vezes até conseguirmos ocupar a terceira frisa no canto direito do palco, obviamente na parte de trás da frisa, com três colunas entre mim e Ça Irá. Ia ficar em um lugar pior, mas meu gentil colega Jony Clay me cedeu sua cadeira.

Adversidades à parte, consegui assistir Ça Irá e juro que os comentários a seguir nada têm a ver com os contratempos relatados anteriormente. No primeiro ato achei a ópera sem história, sem trama, não prendia mesmo. Querer contar a história da Revolução Francesa por meio de um circo é até interessante, mas aquela figura do Mestre de Picadeiro, com cartola e fraque, e o excesso de participação do coro roubavam a ação das personagens e deixava a ópera meio enfadonha. Eu sei que todo mundo já disse isso, mas parecia mesmo um musical. O que aconteceu é que os personagens não tinham voz.

Além disso, as vozes masculinas ficaram muitas vezes encobertas e sem expressividade, excluindo (como o Jony disse) Geilson Santos, que interpretou bem o papel de um escravo revolucionário das colônias francesas e o Leonardo Pace, como Luís XVI.


No segundo ato, a tônica foi ficando mais inteligível. O rei e a rainha que pareciam figurantes, finalmente tiveram parte na trama. O momento mais emocionante, a meu ver, foi quando a rainha Marie Antoniette, interpretada por Gabriela Pace é levada à morte, conduzida pelos bailarinos do Corpo de Dança do Amazonas. A cena é perfeita em tudo: canto, cênica, iluminação, figurino, cenografia... Porém, tenho que concordar com o Jony também que não consigo me recordar de nenhum pedacinho de ária dessa ópera. Nada fica “nem para assobio”. Por outro lado, aplaudi e gritei “bravo!” para a produção, a cenografia, a iluminação e o figurino, dignos de uma grande montagem.

De Ça Irá, acredito que fica a audácia de um roqueiro clássico em passear pelo mundo da música erudita, mesmo sabendo que estava sujeito a belos tropeções. Mas, de qualquer forma, prefiro lembrar de Roger Waters atingindo a perfeição como o baixista de uma das maiores e melhores bandas de rock do mundo.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Helloween e Gamma Ray

Hoje, 20h na Arena Amadeu Teixeira, duas lendas do metal progressivo, Helloween e Gamma Ray se unem para apresentar em Manaus a "Hellish Rock Tour". A promessa é de, no mínimo, boas nostalgias, já que as banda sprometeram fazer uma grande jam... para quem não sabe, o Kai Hansen, atual vocalista do Gamma Ray, fundou o Helloween em meados dos anos 80 e foi autor de clássicos do grupo.
Eu sei que meus amigos de editoria não suportam as bandas, mas o Omar tá fazendo toda a questão do mundo de ir... ;)

Vamos dar uma demonstração de agradecimento aos produtores que têm essa coragem de sair do lugar-comum e trazer grandes espetáculos para cá. E ai de quem chore!

Castrato non castrato

Além da estréia dos arcos barrocos, que vai passar a utilizar em todos os concertos com esse tipo de repertório, a Orquestra de Câmara do Amazonas (OCA) vai trazer outra interessante novidade em seu concerto "BarrOCA": a participação do contratenor Marconi Araújo, um dos mais talentosos cantores com essa voz no Brasil.

Similar àquela dos castrati do período barroco, a voz de contratenor é uma das mais raras no mundo lírico. Trata-se de um cantor adulto masculino que canta na tessitura de soprano ou mezzo-soprano. Na atualidade, esse tipo de voz é desenvolvido pelos cantores por meio de técnicas de falsete, e não mais pela retirada dos testículos em tenra idade.

O concerto da OCA fará homenagem a Georg Frideric Händel (1685–1759), com a execução de trechos de óperas e de oratórios do compositor barroco. Além de Marconi Araújo, o espetáculo musical terá participação dos cantores líricos Gabriella Pace (soprano), Leonardo Pace (barítono) e Flávio Leite (tenor).

O CONCERTO "BarrOCA" integra a programação do 12º Festival Amazonas de Ópera (FAO) e acontece no próximo dia 3 de maio, às 20h, no Teatro Amazonas.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Assim assim... mas não é incrível como causou todo um auê?

Acho que a Loyana abalô-ô-ô, e a galera parô-ô-ô, mas tenho que discordar do comentário que ela postou aqui embaixo e dizer que não achei "Ça ira" tão espetacular assim não. É um espetáculo bonito em certos aspectos, e emocionante em alguns momentos, mas que peca por vários fatores. O principal deles, a meu ver, é a falta de unidade dramática – em boa parte, a montagem se resume a uma enfadonha narração ora poética, ora panfletária, verbalizada num tom afetadamente grave e solene por diversos corais e pelo Mestre de Picadeiro do circo que reencena a história da Revolução Francesa.

O grande protagonista do espetáculo, aliás, não é outra senão a própria Revolução. Porém, a grande narrativa que cobre desde a infância de Marie Antoinette até depois de sua morte por decapitação acaba se diluindo em cenas esparsas, que chamam mais atenção pelo visual do que pela narrativa ou pela fala dos personagens. O único elo de ligação entre elas são figuras como o Padre Revolucionário e o Agitador, além do próprio Mestre de Picadeiro e dos artistas da trupe circense.

As únicas personagens que têm momentos dramáticos são o rei Luís XVI e da rainha Marie Antoinette, que protagonizam as cenas mais emocionantes do espetáculo. Entre elas, as de Luís escrevendo ao seu primo da casa de Bourbon na Espanha e, mais tarde, sendo decapitado; e a de Marie Antoinette, na mesma situação, despedindo-se da vida. Todas as demais personagens têm pouca ou nenhuma participação na trama, e não atraem o menor interesse do espectador.

A MÚSICA não é o calcanhar de Aquiles, mas também não contribui muito para o espetáculo. Os fãs de Waters podem discordar de mim, mas a música do roqueiro não se destaca praticamente em nenhum momento. Finda a apresentação, não fica nenhum trecho dela na memória, sequer para assobiar. Sem sobressair nem comprometer, ela funciona tão bem quanto a trilha sonora incidental de um bom filme épico.

Entre os cantores, os destaques vão para Gabriella Pace como Marie Antoinette, e Leonardo Pace, como Luís XVI. Também marcou a participação de Geilson Santos, no papel de um escravo revolucionário das colônias francesas. Carmem Monarcha, como a Liberdade e a República, Eduardo Amir, como o Agitador, Thiago Soares, como o Padre Revolucionário, e Leonardo Neiva, como o Mestre de Picadeiro, cumpriram bem seus papéis – embora os últimos tenham lutado, em certos momentos, com as exigências de interpretação e de emissão vocal, o que levou ao uso ocasional de amplificadores, que no entanto soavam sempre de forma artificial.

APESAR DISSO, é preciso dizer que "Ça ira", enfim, é um espetáculo bem bonito de se ver. Dos figurinos de Olintho Malaquias aos cenários de Renato Theobaldo e à mise-en-scène, sob a direção de Caetano Vilela – tudo é perfeito. A montagem foi também é uma tour de force em termos de produção: são muitas pessoas em cena, entre integrantes de coros infantis e adultos, bailarinos da Companhia de Dança do Amazonas, artistas circenses e figurantes, sem falar do pessoal dos bastidores, dos músicos e cantores líricos, e por aí vai.

Mais importante ainda: todo o auê que causou a montagem de uma ópera de Roger Waters em Manaus ajudou também a chamar a atenção do público daqui e do Brasil inteiro para o Festival Amazonas de Ópera (FAO). Não quero soar demagógico, mas a cada ano o festival surpreende, pela escolha do repertório, pela ousadia das produções e pela criatividade das montagens. Graças a isso, Manaus é hoje sede de um dos dez mais importantes eventos de ópera do mundo, e o Teatro Amazonas vem ganhando mais destaque do que os teatros municipais do Rio de Janeiro ou São Paulo.

E isso, sem dúvida, é uma daquelas coisas que deixa qualquer um de nós, amazonenses, inchado de orgulho.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

"Ça Ira" - espetacular


Acredito – e isso não deve ser uma opinião isolada – que quando você idealiza um trabalho que pode ser taxado de obra de arte, devem constar em seus planos oníricos primeiros a possibilidade deste ser apresentado ou mesmo reproduzido com toda a fidelidade necessária para lhe manter único exatamente como você um dia o fez. Em contrapartida, vê-lo travestido de algo que nunca foi ou será pode render grande frustrações. Por isso, ao chegar em casa após ter visto a surpreendente “Ça Ira”, entendo o porquê de todo o perfeccionismo de Roger Waters – ninguém menos que seu compositor. Para não perder de vista o perfume dessa inspiração, acordei os vizinhos hoje com "Time" – outra obra de arte de Waters.

Paralelo às turnês solo, uma rotina para o inglês após ter deixado o Pink Floyd (lembra dele naquela época?), Waters passou 16 anos compondo "Ça Ira" (cuja tradução significa “Há Esperança”) baseado no libreto de Etienne Roda-Gil, um compositor francês. A ópera aborda a Revolução Francesa em três atos – coisa de aproximadamente duas horas e pouquinho.

Então quase duas décadas de trabalho depois, "Ça Ira" estreou na Polônia (terra da Wyborowa, para bom entendedor meia palavra basta) em 2005, sendo regida de um jeito totalmente diverso ao que Roger Waters previa. Fico tentando imaginar a cara dele... não deve ter sido agradável. Para evitar novo transtorno, quando convidado para participar do 12º Festival Amazonas de Ópera com sua montagem, o ex-Pink Floyd fez questão de vir até aqui para acompanhar os ensaios o máximo que pode.

Ele veio duas vezes. Na primeira, não falou com a imprensa nem sob decreto, sem pena de nos deixar tostando à toa do lado de fora do Teatro Amazonas. Na segunda, houve coletiva, ensaio aberto, fotos, entrevistas rápidas. Bem rápidas mesmo: estávamos todo nós, jornalistas de cultura de Manaus (eu representando o Jornal A Crítica), sentados nos banquinhos do saguão do Teatro esperando que Waters respondesse a todos os questionamentos que tínhamos pensado anteriormente. Ele pegou o microfone, deu “bom dia” em português. Disse o quão feliz e ansioso estava para a estréia de "Ça Ira" – com razão, era a primeira vez que a ópera estrearia não só em Manaus, como também no Brasil. Disso podemos estufar o peito e afirmar que saímos na frente do sudeste... Enfim, ele também contou que havia muitos ensaios pela frente, pediu licença, levantou-se e já sem o microfone avisou que tinha "trabalho a fazer". Alguém gritou do meio da multidão de fotógrafos e repórteres se para um roqueiro de renome como Waters era difícil transitar entre a ópera e o rock. Ele se limitou a dizer que "a dificuldade é a mesma". Não sei, acho que o "Dark Side Of The Moon" não demorou 16 anos para ser composto, mas se ele fala...

Foi muito ensaio, minha gente. Coisa de mais de 10 horas diárias. Por isso, a expectativa para ver a ópera no palco era grandiosa demais da minha parte, pelo menos. Só não imaginava que Waters estaria triplamente nervoso. Quando finalmente sentei na platéia ontem, Robério Braga (Secretário de Cultura do Estado) apareceu no palco para proferir breves palavras e anunciar a presença de Roger Waters, que entrou segurando seu já conhecido microfone e um pedaço de papel.

"Boa noite", ele disse. O papel em suas mãos denunciava o quão trêmulo Waters estava. Com toda a dificuldade de quem praticamente decorou palavras em português por consideração à platéia, ele agradeceu imensamente a honra de apresentar sua obra naquele suntuoso teatro – que para quem não sabe, é considerado o 3º mais belo do mundo (sudeste, morre de inveja de novo!). Foi algo admirável de se ver. Estamos acostumados à arrogância de artistas menos capacitados que quando uma lenda viva do rock vem à capital amazonense agradecer com toda sua humildade – e em português, imagina o quanto deve ser difícil – quase não acreditamos.

Quando sob o comando do maestro Luiz Fernando Malheiro a orquestra começou a tocar, eu já me sentia plena, sentimento que perdurou do início ao fim. Tem gente que vai dizer que "Ça Ira" é uma ópera medíocre por não exigir esforços herculanos dos músicos envolvidos, mas eu discordo totalmente. É aquela coisa que todo "metaleiro new be" (como diria meu amigo Omar Gusmão) repete: metal bom é aquele com feeling e não com alta dificuldade técnica. E se transitar por ópera e rock é algo que Roger Waters tira de letra, citar um exemplo calcado no metal não pode ser considerada grande heresia da minha parte.

"Ça Ira" é totalmente cantada por vozes poderosas e impecáveis que podem passar longe de amplificadores com tranqüilidade. As "falas" são em inglês e foram traduzidas com legendas que eram projetadas no canto superior da cortina. Não creio que muita gente tenha conseguido ler e acho até que ninguém deve ter feito muita questão, porque ópera é algo para se sentir. Todas as emoções conseguem ser repassadas pela música, pela expressão no rosto dos cantores, pelo cenário. Foi algo tão carnal que era possível ver lágrimas nos olhos de um tenor que confortava Maria Antonieta em seu leito de morte... na única vez em que olhei pro lado, verifiquei que as lágrimas não estavam somente nos olhos dele, na verdade.

Não me cabe descrever o final de "Ça Ira" porque o texto é um convite para que todos apreciem a obra do gênio (gênio e não me canso de elogiar!) Roger Waters, que embarcou nessa madrugada de volta para a Inglaterra. Feliz e pleno, como todos nós que vimos a ópera e o aplaudimos de pé quando ao fim de tudo, ele voltou ao palco do Teatro que o recebeu tão bem para agradecer ao público.

"Há esperança" para gênios e boa música nesse amálgama de coisa ruim que a gente vê surgindo no mundo fonográfico a cada dia que passa...


sábado, 12 de abril de 2008

Kid Vinil: dinossauros, mitos y otras cositas más

A propósito do post anterior do Omar Gusmão, lembrei de uma recente coletiva de que participei com o Kid Vinil – e que na verdade foi mais uma entrevista informal e bem humorada dele comigo e com um jornalista de um site de que não me recordo. Além de gente boníssima, Kid é músico, DJ, radialista, ex-integrante do Magazine – grupo de rock dos anos 80 que legou canções como "Eu sou boy" e "Tic tic nervoso" –, foi o grande divulgador do punk rock no Brasil, e ainda hoje é um dos caras mais antenados com o que rola na cena alternativa da música brasileira e mundial.

Para Kid, há artistas e bandas que têm valor em sua época, e só, enquanto outros atravessam as décadas e gerações: "Tem bandas-dinossauros que eu gosto do início da banda, e não consigo mais vê-los depois (...) e tem coisas que ultrapassam a barreira do gostar– são mitos", afirma o roqueiro. No primeiro grupo, entre outros, ele inclui o Deep Purple – que fez show em São Paulo há poucas semanas e que se apresenta em Manaus em breve.

"Era uma banda de que eu gostava nos anos 70, até certo ponto, e depois não gosto mais. Nos anos 70, acho eles impecáveis. Nos 80, já não me interessou mais. É o tipo da banda que eu não iria ver o show", comenta ele.

Já no grupo dos mitos, Kid inclui nomes de outras gerações, mas que até hoje mantêm acesa a verve musical. "Neil Young para mim é um mito, iria ver um show dele a qualquer momento. Lou Reed é um mito, David Bowie é um mito", enumera. "Tem coisas que permanecem, e outras não", conclui ele.

Mas Kid faz questão de ressaltar que, no final, tudo é uma questão de gosto. "Também [me considero um dinossauro], por isso não quero condenar. Uma pessoa pode falar, 'Ah, não gosto dele', e o outro pode gostar. Eu estou na mesma situação dos caras, mas aí é uma questão de gosto: quem gosta vai ver, quem não gosta não vai", reconhece ele.

Quanto a isso, Kid não tem muito com o que se preocupar: assim como outras figuras que fizeram sucesso há 20 anos ou mais, ele está na crista da onda graças ao movimento de resgate dos anos 80. Para ele, a tendência não só reabriu espaço para a galera da época, como vem ajudando a desfazer a idéia de que os 80 foram uma "década perdida".

"Foi meio que um reconhecimento, pois muitos chamavam de "geração perdida", geração não sei o quê, enfim, sempre criticava a geração 80. E, contrário a isso, foi uma coisa super resgatada, e que hoje é uma influência, não só aqui como lá fora, para a nova geração", afirma o radialista, lembrando que os anos 90 foram "meio embaçados" para o pessoal de sua época: "A gente saiu da mídia e tinha pouco espaço pra tocar. Comecei até a fazer atividades paralelas, trabalhei em TV, rádio, onde eu já trabalhava antes, e voltei a escrever em jornal, por falta de espaço".

O movimento de resgate que trouxe de volta Kid Vinil e seu Magazine colocou no mesmo barco ícones infantis, como Xuxa, e até cafonas, como Sidney Magal. Como explicar esse disparate?

"Na década de 80 existia uma diferença: galera de rock não gostava de rock, a gente não curtia coisa infantil porque era pra criança, não era o tipo de música que a gente gostava de fazer e tocar. Mas quem era criança naquela época ouvia a Xuxa, e fica deslumbrado de ouvir uma música dela. Vejo dessa maneira esse deslumbre das pessoas. No fim, você acaba até relaxando e cantando junto", avalia o DJ, lembrando que ele próprio demorou um pouquinho para se acostumar com a mistura.

"Uma época as pessoas pediam muito trash, tipo Sidney Magal ou Gretchen. A princípio ficava meio 'assim', mas comecei a fazer show nessa linha, em que todo mundo entrava no caldeirão, e pensei, 'Relaxa, a Gretchen é super gente fina, o Magal também'. Até comprei um CD da Gretchen, e quando me pedem eu toco. Magal não comprei, mas se rolar, tudo bem, não fiquei tão radical assim", conta ele, bem humorado.

O bom humor, aliás, que parece ser uma marca registrada de Kid, também é uma das coisas de que ele mais sente falta na música de hoje. "Às vezes fico me perguntando, 'Será que não tem mais nenhuma banda mais bem humorada?'. Parece que depois do desastre com os Mamonas Assassinas sepultaram, literalmente, o humor. Podem até existir bandas bem humoradas, mas não aparecem na mídia", comenta o radialista, que cita como grupos bem humorados de hoje o grupo paulista Cansei de Ser Sexy.

"Tem uma música que fala 'ah-lah-lah, ah-lah-lah', e é nonsense, mas é maravilhoso. Lá fora existe espaço para o bom humor, tanto que uma banda brasileira cantando em inglês, às vezes até mau inglês, faz sucesso, e o público brasileiro diz 'não' a ela. Aliás o público não, mas a mídia, pois se tocasse no rádio, as pessoas iam cantar 'ah-lah-lah' o dia inteiro", acredita Kid.

Ele cita ainda, na linha da música bem humorada, a paranaense Bonde do Rolê ("É um funk divertido, as letras são de sacanagem, do tipo, 'James Bond é veado, dá a bunda'", diz ele), a paulista Los Piratas e a matogrossense Jumbo Elektro.

Kid também lamenta a perda da sensibilidade musical por parte das gravadoras, na passagem dos anos 80 para os 90. "Nos anos 80 até que a indústria fonográfica ia atrás de descobrir as coisas, na Warner o Pena Schmidt ia atrás, descobriu o Ultraje a Rigor, o Ira!, Titãs. Sempre havia produtores ligados e antenados. Nos anos 90, a indústria virou uma coisa de ser sempre um cara que não conhecia de música, era um cara de marketing, e como era de marketing, não precisava conhecer música. Meio que destruíram a música brasileira em geral com aquela coisa de querer produtos de massa – pagode, sertanejo de dor de cotovelo. Eles foram criando esses monstros de massa, e isso foi matando o cenário da música brasileira", critica o roqueiro.

Mesmo sendo de uma outra geração, Kid mantém os olhos muito abertos para o presente, e também para o futuro. Ele reconhece, por exemplo, que a música digital veio para ficar, e está investindo no segmento com seu projeto Kid Vinil Xperience.

"Estamos fazendo coisas para colocar na Internet, não CD. O futuro é meio que por aí. Criamos um site no MySpace, que já tem uma cover que fizemos como tributo, fizemos agora uma cover dos Beatles que vai sair num tributo a eles. E tudo que fizermos agora vamos lançar virtualmente, acho que essa coisa de lançar discos já pertence ao passado, infelizmente", reconhece o artista.

O fim anunciado do CD, segundo Kid, chegará ainda mais rápido no Brasil pela facilidade de se obter músicas via web e pela perda de poder aquisitivo do público. Para ele, os artistas têm de se adaptar à nova realidade.

"Hoje, o artista disponibiliza suas músicas, as pessoas baixam, ele faz sua divulgação e vai acontecer da mesma maneira. Não tem essa coisa de ter de ter um disco, as pessoas vão ao show dele e vão cantar as músicas que elas baixaram. O futuro é esse".

Egresso da AI-5, banda dos primórdios do punk nacional, Kid foi também uma figura-chave na difusão desse gênero musical no País, por meio de um programa de rádio semanal veiculado nos primeiros anos da década de 80.

"O punk era um movimento de periferia, as pessoas não tinham dinheiro, ouviam meu programa no rádio e gravavam em fitinha, e eu era aquele cara que podia viajar e trazer os discos. Dei sorte, porque no momento certo, na hora certa, comecei a fazer um programa de rádio que de certa forma se tornou um porta-voz de uma geração", declara ele.

Mais recentemente, Kid ajudou a divulgar no Brasil muito da música feita no cenário alternativo mundial, em parceria com a gravadora Trama – responsável por lançar artistas como Belle & Sebastian, Yo La Tengo! e Arctic Monkeys. Ainda hoje, para o radialista, um dos grandes prazeres de garimpar novas bandas e sonoridades é poder compartilhá-la com os outros, seja por meio do rádio, TV ou Internet, seja em festas, como DJ.

"Isso é gostoso fazer. É legal se sentir útil, poder mostrar coisas legais para outras pessoas, como na época do punk", confessa ele, que lamenta a falta de espaço nos veículos: "Adoraria ter um programa de rádio em que pudesse mostrar ao público todas essas coisas novas. Mas hoje o espaço na TV e no rádio é limitado, e o meu grande sonho era poder voltar a fazer isso. Às vezes me sinto um John Peel [radialista da BBC Radio 1], gostaria de ser eterno fazendo isso, nunca parar, mas é difícil no Brasil".

quinta-feira, 10 de abril de 2008

SÍTIO ARQUEOLÓGICO DO ROCK

Há quem esteja comemorando efusivamente. Eu tenho cá minhas dúvidas se há motivo. O fato é que Manaus parece ter realmente entrado no circuito de shows internacionais de rock. No ano passado teve Scorpions e Men at Work. Esse ano já estão agendados shows do Whitesnake, Helloween e Deep Purple. Que me desculpem os entusiastas, mas todas são bandas há muito extintas que vivem de fazer turnês caça-níqueis para fãs saudosistas. E olha que muitos nem chegaram a vivenciar a época em que as bandas relamente existiram. Não tinham idade ou nem haviam nascido. O Deep Purple, por exemplo, acabou oficialmente em 1976. Eu sei que muitos vão argumentar que algumas das bandas continuam lançando álbuns de vez em quando. É verdade, mas há muito sem a verve genial de quando ainda não eram fósseis do rock. Eu que que era adolescente nos anos 80 – quando essa bandas ainda não eram material para estudo arqueológico – não me empolgo muito em ver os titios ao vivo no palco. Mas reconheço que já é um avanço. Resta esperar que, em breve, bandas internacionais que realmente ainda estejam na ativa venham se apresentar por aqui.

Portinari

Retirantes - Portinari



Linhas cada vez mais tortas,
Sim, a vida me doma para que eu siga o caminho mais incerto,
Mais perto daquele malquisto por mim, preferido por ela,
Obscuro, inseguro, deserto...
Não posso pensar que seja sorte ou azar,
Destino talvez, quem sabe?
No meio de figuras estranhas, coladas em suas páginas
Encontro uma caricaturada, outra meio singela,
Algumas têm o perfil das páginas amarelas,
Aquelas que se vendem ou se anunciam
Meu desafio não é tentar entendê-las,
Ao observá-las, transfiguradas, totalmente tétricas
Não consigo nem pensar em métricas,
Em formas ímpares e perfeitas
Apenas nas letras que saem a esmo
Sem querer, como a vida que não quero pra mim.

Quem é quem

Olá de novo! Conforme prometido, este post é para apresentar a vocês um pouco sobre os jornalistas que escrevem para o Sobras de Papel Jornal. Neste caso, cada um elaborou sua própria descrição pessoal, que você pode conferir abaixo, em listagem por ordem alfabética:

jony clay borges >> Indivíduo do sexo masculino; cor parda; 29 anos; naturalidade amazonense; nacionalidade brasileira; jornalista recentemente formado pela Universidade Federal do Amazonas, atualmente trabalhando como repórter de cultura e entretenimento do jornal A Crítica; amante de chuva e de dias nublados; tímido & espalhafatoso; leitor voraz de livros de ficção, em especial de obras de imaginação e fantasia para o público infanto-juvenil; ouvinte de música de todo tipo, mas particularmente fã de rock alternativo e música eletrônica; cinéfilo um tanto relapso, amigo desde filmes antigos até certos blockbusters, passando por longas-metragens oriundos de países distantes e de narrativas tortuosas; interessado nas artes em geral, novidades do mundo tecnológico, um pouco de História e diversos outros temas desconexos; disposto a contribuir para este blog com material coletado e não utilizado em reportagens, matérias sobre temas fora da pauta e, quem sabe, alguma ficção futura.

loyana camelo >> 22 anos, repórter de cultura e entretenimento do Jornal A Crítica. Entusiasta até a última gota das mais diversas manifestações de arte, mas com forte amor (porque paixão é passageira) pela música – sentimento que faço questão de frisar ser de uma intensidade quase ininteligível por parte do homem. Meu gosto musical, no entanto, não pode ser considerado um leque tão aberto; coisa que é compensada pela minha entrega quase que total às canções/artistas que tocam minha alma. No mais, o que mais me apetece é metal (melódico, progressivo, tradicional), hard rock, rock poser anos 80, rock clássico, instrumental (guitarristas solo), baladas não-clichês, rock alternativo, folk, fusion, jazz, clássico (com todas suas sinfonias e orquestras) e qualquer música bem tocada com letras inteligentes. Tudo não necessariamente nesta mesma ordem.

lucy rodrigues >> Quem sou eu? Essa é uma das perguntas que sempre me faço e a cada dia encontro uma resposta diferente. Mas respondendo ao questionário social padrão, posso dizer que Lucy Rodrigues é amazonense, tem 24 anos, formou-se em Jornalismo pela Universidade Federal do Amazonas e trabalha há pouco mais de três anos na Rede Calderaro de Comunicação. Teve passagem pela Televisão, mas estabilizou-se mesmo no Jornal A Crítica, primeiro na editoria de Suplementos, vindo depois a integrar também a editoria de Cultura & Entretenimento. Nada mais oportuno, já que além do jornalismo, carrega uma grande paixão pela música e pela literatura, algo que vem desde pequena. Canta desde os seis anos, por influência do pai, mas começou no canto coral aos 15, passando pelo Coral da Escola Técnica Federal do Amazonas e também pelo Coral do Cláudio Santoro. Ganhou terceiro lugar no Festival de Música do Cefet, com a canção “Brilho no Olhar”, parceria com o músico Marcelo Salvador. Na literatura, sua paixão maior é a poesia, principalmente a dos modernistas Manuel Bandeira, Ferreira Gullar e Drummond. Gosta de exercitar esse estilo, algo que pretende revelar no “Sobras de Papel Jornal”. Em síntese, alguém que ama ler, escrever e cantar; adora conhecer pessoas, mas odeia vampirismo, puxa-saquismo e gosta de ser tratada de maneira justa, acima de tudo.

omar gusmão >> Repórter de cultura e entretenimento do caderno “Bem Viver” do jornal A Crítica, com um interesse especial por música – seja ela brasileira, internacional, rock, MPB, pop ou experimental, ou de qualquer outra ordem – e uma aptidão natural pela boemia, o que acarreta incursões regulares pela (fraca) noite da cidade.

thiago hermido >> Uma pessoa tranqüila, de poucas palavras, porém de muitas idéias. Sou estudante de Jornalismo, já no último ano. Gosto de artes em geral, principalmente no que se refere ao cenário underground e independente. De quadrinhos (ou todo tipo de desenho), cinema, literatura, até o rock 'n roll, gênero do qual sou bastante fã. Curto bandas de punk rock, hard rock, rock psicodélico e música alternativa. Sou um pouco chato para gostar das coisas e crítico na hora de dar minha opinião, no entanto nada do que eu digo tem tom de verdade, só é uma maneira simples, humilde e despretensiosa de expressar um pouco das idéias loucas e complexas que vagam no mosaico embriagado da minha cabeça. Espero que gostem.

É isso! Esperamos que com isso vocês possam ter conhecido um pouco mais sobre os autores das matérias, opiniões e textos diversos que, daqui para a frente, serão publicados de forma regular neste espaço.

Enfim, amigos, o espaço agora é nosso – e dos leitores!
;)

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Olá a todos!

Este é o post inaugural do Sobras de Papel Jornal, um blog criado por jornalistas de cultura de Manaus para dar vazão a tudo aquilo que não coube nas páginas impressas de seus veículos: sobras de reportagens e matérias, trechos de entrevistas não utilizados, opiniões não expressas, "lados b" de assuntos variados, além de todos aqueles artigos, matérias, crônicas, reportagens ou pseudo-ficções que, por uma razão ou outra, não puderam ser publicados.

Vamos abordar todo tipo de assunto ligado à cultura, à arte e ao entretenimento – desde perfis, depoimentos e entrevistas de artistas até notícias sobre eventos, exposições, filmes, discos, espetáculos, e por aí vai.

Esperamos que, dentre tudo isso, existam muitas notícias e informações que sejam do interesse de vocês. Nosso objetivo, afinal, é contribuir para a divulgação das diversas manifestações culturais e artísticas de Manaus, e das diversas opções de entretenimento na cidade.

No próximo post publicaremos pequenos perfis dos jornalistas que participam deste blog.

Abraços e até breve!